26 Set 2025, Sex

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O beato dom Filippo Rinaldi, terceiro sucessor de dom Bosco, é lembrado como uma figura extraordinária, capaz de unir em si as qualidades de Superior e Pai, insigne mestre de espiritualidade, pedagogia e vida social, além de guia espiritual incomparável. Sua profunda admiração por dom Bosco, que teve o privilégio de conhecer pessoalmente, o tornou um testemunho vivo do carisma do fundador. Consciente da importância espiritual dos lugares ligados à infância de dom Bosco, dom Rinaldi dedicou atenção especial a visitá-los, reconhecendo seu valor simbólico e formativo. Neste artigo, revisitamos algumas de suas visitas ao Colle Don Bosco, à descoberta do laço especial que o unia a esses lugares sagrados.


Para o pequeno santuário de Maria Auxiliadora
Com a inauguração do pequeno santuário de Maria Auxiliadora, desejado em frente à Casinha de Dom Bosco pelo P. Paulo Álbera, e precisamente a partir de 2 de agosto de 1918, quando Dom Morganti, Arcebispo de Ravena, assistido pelos nossos Superiores Maiores, abençoou solenemente a igreja e os sinos, teve início a presença permanente dos salesianos nos Becchi. Naquele dia, o padre Filipe Rinaldi, Prefeito Geral, também estava presente, e com ele o P. Francisco Cottrino, primeiro diretor da nova casa.
            A partir de então, as visitas do P. Rinaldi aos Becchi se renovaram a cada ano em um ritmo constante, uma verdadeira expressão de seu grande afeto pelo bom pai Dom Bosco e de seu grande interesse na aquisição e no arranjo adequado dos lugares memoráveis da infância do Santo.
            A partir da escassa crônica da casa salesiana dos Becchi, é fácil deduzir o cuidado e o amor com que o P. Rinaldi promoveu e acompanhou pessoalmente o trabalho necessário para honrar Dom Bosco e servir adequadamente aos peregrinos.
            Assim, em 1918, o P. Rinaldi, depois de ir aos Becchi para a bênção da igreja, voltou para lá em 6 de outubro, junto com o Card. Cagliero para a Festa do Santo Rosário, e aproveitou a oportunidade para iniciar as negociações para a compra da Casa Cavallo, atrás da casa de Dom Bosco.

Cuidados com a obra da casinha
            Em 1919, o padre Rinaldi fez duas visitas aos Becchi: uma em 2 de junho e outra em 28 de setembro, ambas em vista do trabalho de restauração a ser realizado na área histórica da Colina.
            Houve três visitas em 1920: a de 16 e 17 de junho, para negociar a compra da casa Graglia e do prado dos irmãos Bechis; a de 11 de setembro, para visitar as obras e a propriedade Graglia; e, finalmente, a de 13 do mesmo mês, para assistir à redação do instrumento notarial para a compra da mesma casa Graglia.
            Em 1921, houve duas visitas: em 16 de março, com o Arquiteto Valotti, para o projeto de uma estrada que levasse ao Santuário e de um Pilar e um Galpão para os peregrinos na pracinha; em 12-13 de setembro, com o Arquiteto Valotti e o Cavalheiro Melle, para o mesmo fim.
            Em 1922, o P. Rinaldi esteve novamente nos Becchi por duas vezes: em 4 de maio, com o Card. Cagliero, P. Ricaldone, P. Conelli e todos os membros do Capítulo Geral (inclusive os bispos salesianos), para rezar na Casinha depois de sua eleição como Reitor-Mor; e em 28 de setembro com seus colaboradores mais próximos.
            Em seguida, em 10 de junho de 1923, chegou à Casinha para celebrar a festa de Maria Auxiliadora. Ele presidiu as Vésperas no santuário, fez o sermão e deu a bênção eucarística. Na Academia que se seguiu, ele apresentou a Cruz “Pro Ecclesia et Pontifice” [pela Igreja e o Papa] ao Sr. João Febbraro, nosso benfeitor. Em outubro, ele voltou ao local com o Card. João Cagliero para a festa do Santo Rosário, celebrando a missa às 7h da manhã e levando o Santíssimo Sacramento na procissão eucarística, que foi seguida pela bênção dada pelo Cardeal.
            Em 7 de setembro de 1924, o P. Rinaldi liderou a Peregrinação dos Pais de Família e Ex-alunos das Casas de Turim aos Becchi. Ele celebrou a Santa Missa, fez o sermão e, depois do café da manhã, participou do concerto organizado para a ocasião. Ele retornou novamente em 22 de outubro do mesmo ano, juntamente com o P. Ricaldone, o Sr. Valotti e o Sr. Barberis, para resolver a espinhosa questão da estrada para o santuário, que envolvia dificuldades por parte dos proprietários de terras adjacentes.
            Dom Rinaldi esteve nos Becchi três vezes em 1925: em 21 de maio, para o descerramento da placa a Dom Bosco, e depois em 23 de julho e 19 de setembro, acompanhado novamente pelo Card. Cagliero.
            Em 13 de maio de 1926, o padre Rinaldi guiou uma peregrinação de cerca de 200 sócios da União dos Professores de Dom Bosco, celebrando a missa e presidindo a reunião. Em 24 de julho do mesmo ano, retornou, junto com todo o Capítulo Superior, para liderar a peregrinação dos Diretores das Casas da Europa; e novamente em 28 de agosto, com o Capítulo Superior e os Diretores das Casas da Itália.

Reestruturação do centro histórico
            Três outras visitas do P. Rinaldi aos Becchi datam de 1927: a de 30 de maio, com o P. Giraudi e o Sr. Valotti, para definir os trabalhos de edificação (construção do pórtico etc.); a de 30 de agosto, com o P. Tirone e os diretores dos oratórios festivos; e a de 10 de outubro, com o P. Tirone e os jovens missionários de Ivrea. Nessa última ocasião, o P. Rinaldi pediu ao diretor da época, P. Fracchia, que colocasse plantas atrás da casa Graglia e no prado do Sonho,
            Em 1928 o P. Rinaldi esteve nos quatro vezes nos Becchi: – Em 12 de abril, com o P. Ricaldone, para um exame do trabalho realizado e em andamento. – Nos dias 9 e 10 de junho, com P. Candela e P. V. Bettazzi, para a festa de Maria Auxiliadora e para a inauguração do Pilar do Sonho. Nessa ocasião, cantou a Santa Missa e, após as Vésperas e a Bênção Eucarística da tarde, abençoou o Pilar do Sonho e o novo Pórtico, dirigindo sua palavra a todos da varanda. À noite, participou da iluminação. – Em 30 de setembro, foi com o P. Ricaldone e o P. Giraudi visitar a localidade de “Gaj”. – Em 8 de outubro, voltou à frente da peregrinação anual dos jovens missionários de Ivrea. Foi nesse ano que o P. Rinaldi expressou seu desejo de comprar a casa de campo de Damevino para usá-la como alojamento para os peregrinos ou, melhor ainda, para cedê-la aos aspirantes a missionários dos Filhos de Maria.
            Foram seis as visitas aos Becchi em 1929: – A primeira, em 10 de março, com o P. Ricaldone, foi para visitar a casa Damevino e a casa Graglia (a primeira das quais foi comprada naquele mesmo ano). Como a beatificação de Dom Bosco era iminente, o padre Rinaldi também queria que um pequeno altar ao Beato fosse colocado na cozinha da Casinha (o que foi feito mais tarde, em 1931). – A segunda, em 2 de maio, foi também uma visita de estudo, com o P. Giraudi, o Sr. Valotti e o pintor, Prof. Guglielmino. – A terceira, em 26 de maio, foi para participar da festa de Maria Auxiliadora. – A quarta, em 16 de junho, foi com o Capítulo Superior e todos os membros do Capítulo Geral para a festa de Dom Bosco. – A quinta, em 27 de julho, foi uma breve visita ao P. Tirone e a Dom Massa. – A sexta, finalmente, foi com Dom Mederlet e os jovens missionários da Casa de Ivrea, pelos quais o P. Rinaldi não escondia suas predileções.
            Em 1930, o P. Rinaldi foi mais duas vezes aos Becchi: em 26 de junho, para uma breve visita de reconhecimento das várias localidades; e em 6 de agosto, com o P. Ricaldone, o Sr. Valotti e o Cav. Sartorio, para procurar água (que o P. Ricaldone encontrou em dois lugares, a 14 e 11 metros da fonte chamada Bacolla).
            Em 1931, ano de sua morte em 5 de dezembro, o padre Rinaldi foi aos Becchi pelo menos três vezes: em 19 de julho, à tarde. Naquela ocasião, ele recomendou que se fizesse a comemoração de Dom Bosco no dia 16 de cada mês ou no domingo seguinte. No dia 16 de setembro, quando aprovou e elogiou o campo esportivo preparado para os jovens da Comunidade. Em 25 de setembro, e foi a última, quando, com o P. Giraudi e o Sr. Valotti, examinou o projeto das árvores a serem plantadas na área (será executado mais tarde, em 1990, quando começou a realização do projeto de arborização de 3000 plantas nos vários lados do Colle dei Becchi, exatamente no ano de sua beatificação).
            Sem contar as visitas anteriores, portanto, são 41 as visitas feitas pelo padre Rinaldi aos Becchi entre 1918 e 1931.

By P. Natale CERRATO

Salesiano de Dom Bosco, missionário na China de 1948 a 1975, estudioso de Dom Bosco e da salesianidade, escreveu obras e artigos, realizando um trabalho valioso na divulgação da vida e das obras do Santo da Juventude. Faleceu em 2019.